Oliver Lieb - Entrevista exclusiva TRANCEMAG//BR

01 Olá Oliver, é um prazer enorme e uma honra poder entrevistá-lo. Parabéns pelo seu novo álbum.

Muito obrigado. É um grande prazer pra mim.

02 Você menciona seu próprio estúdio como uma grande influência para você em sua biografia, você poderia nos contar como essa inspiração chega a sua mente e como você prepara um ambiente criativo para compor suas músicas?

Sim – é uma influência porque gosto de brincar com sons e acabo me perdendo nisso. As ideias vem automaticamente. Então é o que me ajuda a encontrar novos sons já que eu tenho muitas possibilidades lá. O jeito que eu trabalho no momento é me comprometendo com sons num estágio bem prematuro e trabalhando com arquivos de áudio gravados ou renderizados e variações. Eu também brinco com algumas coisas em casa, no meu laptop e passo horas com plugins de efeitos e outras coisas até cair no sono. Depois eu volto para o estúdio e sintonizo tudo.

Eu tenho um som excelente dentro do estúdio, o que me dá controle total de cada camada do som, isso me ajuda muito e também é inspirador.

03 Em 2007 você levou sua carreira para um nível e direção diferentes, oferecendo serviços de masterização e recorte de vinil no seu próprio estúdio. O que o levou nessa direção?

Eu decidi adquirir meu próprio masterizador analógico em 2005 – 2006 e fiz muita pesquisa e testes até estar satisfeito, feliz. Com a minha experiência de todos esses anos em som e sabendo dos problemas que podem haver, eu queria ter controle total da música até a impressão do vinil.

Então foi um passo natural adquirir um torno de corte, deixá-lo totalmente ajustado e alimentá-lo com o melhor som possível e agora volume.

Eu também quis disponibilizar isso para outros e ajudá-los a conseguir o melhor ao meu alcance. Masterização é questão de gosto. Algumas pessoas preferem somente volume, outras como eu, preferem um compromisso entre som e volume.

04 Como você se sente com o grande sucesso que é L.S.G – Netherworld e que se tornou um dos maiores clássicos já produzidos. Ainda de acordo com Armin van Buuren, a track favorita dele.

Eu acho que existem muitas faixas boas do passado. Então isso é uma grande honra.

05 Conte-nos um pouco sobre o remix recente desse clássico lançado pelo selo Bonzai Music.

Rise & Fall fizeram um bom deep mix enquanto pra mim o objetivo era manter o som principal numa faixa atualizada e ainda ter os sentimentos underground, não somente desmantelar a track e forçá-la a ser algum tipo de som popular (cheesy), facilmente substituível de hoje em dia. Trance 2017 playback.

06 Qual o papel do trance na sua carreira? Considerando que você é um artista extremamente versátil, passando pelo techno underground, house e outros estilos de música eletrônica.

Eu gosto de produzir tudo. Quando eu comecei era tudo apenas música eletrônica, e todos esses gêneros vieram depois. Talvez a maior parte das minhas coisas sejam classificadas dentro do trance. Como dj eu tocava principalmente techno e tech-house lá atrás e ainda toco.

07 Na sua opinião ainda há boas tracks de trance sendo produzidas hoje?

Tem coisas boas com uma pegada trance sendo produzidas hoje, mas para mim, under techno é algo que eu chamaria de hard trance. A maior parte do que as pessoas ouvem e chamam de trance hoje em dia ainda tem uma abordagem muito comercial e muitos elementos de EDM pop que eu não gosto muito.

08 Qual sua track favorite de todos os tempos?

Oh, tem muitas de todas as eras e estilos que eu gusto muito, então é impossível escolher uma, ou mesmo dez.

Eu amava lá atrás e ainda amo hoje muito  Yello e Kraftwerk, Energy 52 – Café del Mar como trance antigo, Jones e Stephenson – The First Ribirth como um som de pegada rave, as tracks de Emmanuel Top, Dave Clarke, Dave Angel, aaahhh são muitas. E essas são só dos anos 90 e só música eletrônica.

09 Quais elementos compõem a música perfeita em sua opinião?

O groove, alguns sons especiais e dependendo do estilo talvez alguma melodia, elementos que não sejam muito comerciais (cheesy).

10 O seu álbum foi lançado agora e é maravilhoso, como o conceito veio pra sua mente?

Muito obrigado, eu toquei por aí e fiz algumas músicas que soavam um pouco como algo que poderia estar no álbum Into Deep, depois eu decidi recomeçar o projeto L.S.G. e depois introduzir um pouco mais de tracks “downtempo” e tive vontade de fazer um álbum novo. Mas quando eu terminei ele, o que é agora chamado de Vision 1 não sentia que estava completo, eu gostaria de mostrar um outro lado também. Então ele acabou se tornando um álbum duplo.

11 Por que você acha que a trance music se tornou tão relevante novamente para os grandes festivais, trazendo muito trance novo e clássicos paras os fãs?

Eu acho que é um estilo legal e é algo original, a não ser esses Trance Pops, EDM e qualquer estilo. Com certeza tem uma história também que você pode ouvir e sentir, especialmente com os clássicos. Essas coisas são feitas com paixão pela música e não somente por fazer algo grande e promover.

12 Quais os próximos passos da sua carreira em curto prazo?

Eu acabei de começar a trabalhar em 2 álbuns novos, um mais techno e outro de música ambiente. Então, sempre continuando e continuando …

13 Você poderia deixar uma mensagem para os seus fãs brasileiros? 

Obrigado pelo seu apoio e eu espero vê-los no Brasil em breve

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