MARKUS SCHULZ ENTREVISTA EXCLUSIVA PARA A TRANCEMAGBR

MARKUS SCHULZ ENTREVISTA EXCLUSIVA PARA A TRANCEMAGBR “WE ARE THE LIGHT”

1) Olá Markus, obrigado por nos receber hoje! Primeiro de tudo parabéns pelo lançamento do novo álbum “WE ARE THE LIGHT”. Nossos leitores já são fãs assíduos! Quando você começou a trabalhar nessa produção e quando a terminou?

Olá pessoal obrigado por me receber e obrigado pelas gentis palavras.

Do começo ao final, “WE ARE THE LIGHT” demorou por volta de 2 anos para ser produzido. Começando quase que depois do álbum “Watch the World” e assim foi até o final deste verão.

Claro, houve um desvio durante o período de dois anos, com a criação do álbum da “Dakota, The Nine Skies”. No entanto, eu nunca teria sido capaz de criar o que você ouve no álbum We Are the Light se não fosse pelo empreendimento do “The Nine Skies”, porque enquanto estilisticamente eles são bem diferentes, mas ambos vêm do mesmo sentimento da alma.

2) Qual foi a primeira e a última faixa a ser gravada?

Bem, falando estritamente, a resposta para ambas as perguntas, foi na verdade a mesma, e foi para “Upon My Shoulders”.

Inicialmente foi chamada de “Girl on My Shoulder” e começou a ter vida como um demo para o New World Punx, projeto que eu e o Ferry Corsten trabalhamos juntos. No entanto, não conseguimos entender o conceito da música corretamente e acabamos desistindo dela. A faixa ficou no meu disco rígido por cerca de 18 meses, e eu sempre continuei voltando a ela, porque para mim a ideia da música era tão forte, e eu realmente queria demonstrar a conexão que os DJs têm com os fãs, particularmente em um festival como o Tomorrowland.

Assim, durante o processo de criação do álbum We Are the Light, eu revisitei continuamente a idéia e entrei em contato com Sebu, do Capital Cities, já estabelecendo uma conexão com ele através da remixagem Safe and Sound alguns anos atrás. Ele gostou muito da faixa, mas disse que poderia ser ainda melhor se mudássemos algumas das letras. Quando ele mudou a linha para “Carrying you upon my shoulders”; De repente, tudo já fazia sentido.

Em termos de qual faixa foi finalizada e eu pude tocá-la ao vivo, essa seria a primeira do single do álbum, Safe from Harm, com Emma Hewitt.

3) Você começou a compor em seu álbum “Watch the World”. Quais músicas você tem participação nas letras deste novo álbum?

Continuei na mesma linha, onde eu estava profundamente envolvido com o processo de composição novamente. Ter Adina à mão me ajuda muito nesse sentido, porque ela está continuamente me incentivando a escrever sobre o que eu sinto.

Para mim, quando há palavras que você próprio escreve, e que emanam através dos auto-falantes de um clube ou festival, elas ressoam muito mais.

No entanto, havia uma pessoa com quem eu estava feliz em me reconectar para a escrita do álbum We Are the Light, e que era Raz Nitzan. Ele é um dos maiores escritores de letras de música trance de todos os tempos, eu já havia trabalhado com ele no passado para a música “Surreal” com Ana Criado e “Unsaid” com Susana. Ele ajudou muito ao criar “You Light Up the Night” com Alina Eremia.

4) Em suas palavras, como os leitores devem traduzir o significado do título “We Are the Light”?

Quando eu estava escrevendo a faixa com Nikki Flores, ficou claro que We Are the Light precisava ser a mensagem primordial sobre o tema do álbum.

Há uma linha na música que diz “e se orarmos à terra; e não a religião ”. Para mim, isso resume tudo com os eventos atuais que estamos passando. Todos nós precisamos nos dar bem e aproveitar o tempo que temos na Terra juntos.

Ironicamente, quando fomos filmar o vídeo da floresta We Are the Light na Redwood no início do ano, não tínhamos previsto fazê-lo no meio de uma nevasca. Mas o resultado final foi impressionante, e os fãs foram muito gentis em seus comentários.

Meu objetivo com o álbum é compartilhar uma mensagem importante com os fãs e a comunidade, e foi algo demonstrado evidentemente na EDC em Las Vegas em maio; na parte de trás dos tiroteios do ano passado.

O que me impressionou nesse incidente foi a resiliência e a determinação dos que responderam e dos moradores da cidade. Isso foi exemplificado com o EDC em maio. Naquele momento, percebi que o mundo de hoje não é tão bom agora; mas a determinação que você vê das pessoas para liderar pelo exemplo e ser a luz brilhante para levar as coisas adiante, eu acho que é um mantra poderoso que podemos abraçar juntos.

5) Muitos dos títulos das faixas são visivelmente muito positivos e otimistas. Foi essa coincidência? Ou tudo parte do tema do plano do álbum? Qual é a história por trás de 51 ° 11′17 ″ N 10 ° 3′10 ″ E (We Haven’t Lost Our Way))?

Você poderia dizer isso, mas para ser honesto com você, sempre pensei profundamente nos títulos de minhas produções. Eles sempre tiveram um lado espiritual. Se você examinar o álbum The Nine Skies como Dakota, por exemplo, ele veio de um lugar de desespero, onde o começo é obscurecido pela escuridão e incerteza, pelo processo de se encontrar como a jornada do álbum e, de fato, a própria vida e assim progredir.

As coordenadas para “We Haven’t Lost Our Way” … se você as colocar no Google, descobrirá que vai aparecer Eschwege na Alemanha, que é meu berço.

Está certo. Para mim, é uma maneira de dizer que, embora tenha viajado por todo o mundo, nunca me esqueci de minhas origens, pois essa jornada ao longo dos anos continua.

Miami pode ser minha casa, e eu posso passar muito tempo em Berlim e também nos últimos anos na Romênia, mas você só tem um local de nascimento, e Eschwege é isso. Eu nunca esqueci as pessoas que conheci ao longo do caminho; e esse é o meu tributo não apenas de onde venho, mas para todas as pessoas que conheci e que me inspiraram ao longo do caminho ”.

Lembro-me de ter feito uma entrevista há alguns anos, bem perto de Watch the world e eles me perguntaram: o que vem a seguir? O que vem a seguir para mim é o meu legado. Trabalhando no meu legado. Então, algo assim é tudo sobre legado. Para que as pessoas saibam que eu nunca esqueci de onde eu venho.

6) Há alguns talento vocais da Romênia no seu álbum. (Alina Eremia e Smiley são grandes estrelas dentro do país). Como você se conectou com eles para cantar?

Como mencionei, tenho passado cada vez mais tempo na Romênia nos últimos anos, então Adina pode ficar em casa um pouco e ver sua família. Mas quando estou lá, obviamente, também quero passar um tempo trabalhando e preciso de um estúdio para ser criativo. Então eu tenho trabalhado muito na HaHaHa Productions, e é também onde a Smiley está baseada.

Adina e eu estávamos em Los Angeles escrevendo, e estávamos no processo de criar o que se tornaria The Dreamers. Eu perguntei a Adina: “Quem poderia cantar essa música? É uma música sobre “I remember when” e precisamos voltar a isso. “E ela disse:” Me chame de louca, mas acho que Smiley faria um trabalho incrível “. Então, eu apresentei para o Smiley e ele disse: “Eu não via uma música para me fazer sentir assim há muito tempo. Vamos fazer isso sim”.

Alina é uma grande amiga nossa também. Ela e seu namorado passaram uma semana conosco em Miami há algum tempo, e concordamos que, quando chegasse a hora, teríamos que fazer uma faixa juntos. Com a voz dela, eu queria que ela fizesse algo que funcionasse tão bem em uma música de trance, e é aí que a experiência das letras de Raz Nitzan me ajudou muito. Ao apresentá-lo para Alina, ela se apaixonou imediatamente.

7) E Adina está lá claro! Como você decidiu “Breathe Me to Life” como sendo a faixa do álbum em que ela cantaria?

Durante a Miami Music Week, Arny da Black Hole me contou sobre seus planos de reviver a legendária série de compilações In Search of Sunrise, e foi uma grande honra pedir para mixar um dos discos.

Quando você ouve a história e o prestígio dessas compilações ISOS, a expectativa e a pressão estão disponíveis para você entregar algo digno e adequado ao seu legado. Então, para minha mixagem, eu sabia que a faixa final; tinha que ser uma grande peça emocional e arrepiante.

Mas um dia, algumas semanas depois de trabalhar no projeto ISOS, Adina e eu estávamos em casa, sentadas em silêncio e simplesmente olhando para o oceano. Foi tão inspirador que fomos ao estúdio e estabelecemos o que seria “Breathe Me to Life”. Não é uma faixa particularmente complicada; até as letras têm apenas duas linhas, mas traz aquela onda de emoção que eu acho em “In Search of Sunrise”. A música também tem o duplo efeito de desempenhar um papel crucial no álbum We Are the Light além do In Search of Sunrise.

8) Enquanto muitos artistas de trance parecem fazer mais e mais colaborações de produção em estúdio nos álbuns atuais, você parece fazer bem menos. Qual é a razão por trás disso?

Bem, eu não tenho certeza se eu particularmente concordaria, mas eu posso entender o por que disso que você está dizendo, seria por causa da composição das músicas do álbum We Are the Light. Você está certo em dizer que fora os vocalistas, o único produtor de lá é o Omnia, mas ele era alguém que eu realmente estava feliz em marcar na lista de desejos para colaborar.

No entanto, concorrendo ao mesmo tempo com a promoção do álbum We Are the Light, eu acabei de lançar um novo EP chamado Afterdark, e também o lançamento do nosso novo selo, Coldharbour Black, que é dedicado aos sons mais obscuros e distorcidos de O rabbithole, afterhours vibe. Há duas colaborações minhas lá – uma com Jam El Mar chamada The Lotus, e uma com Arkham Knights chamada Something About You.

E para deixá-lo já com um pouco de exclusividade … você vai ouvir uma primeira colaboração entre mim e Talla 2XLC em 2019.

9) Qualquer pista sobre qual será o próximo single !?

Eu voei para a Grécia algumas semanas atrás, junto com Christina Novelli, para filmar o vídeo da música do Symphony of Stars, e estou realmente animado para os fãs verem o produto final. Então, esse provavelmente será o próximo single. A versão original do álbum é bem lenta e descontraída, mas eu tenho uma versão especial do festival que eu tenho tocado em meus live sets, que tem sido enormemente aclamada.

10) Obrigado por falar com a gente Markus. Espero ver você no Brasil em breve!

Muito obrigado novamente pessoal, e sim, espero que eu possa voltar a ver todos os grandes fãs no Brasil, particularmente durante a turnê We Are the Light. Nos falamos em breve!!